Escritoras Negras em Destaque
A cena literária em Porto Alegre, e no Rio Grande do Sul como um todo, tem se mostrado bastante expressiva. Nesse contexto, as mulheres negras marcam presença com suas obras, que constituem enorme relevância para a compreensão dos sentimentos, vivências e experiências que nos são transmitidos através de palavras. Conhecer essas autoras não apenas amplia a visão de mundo daqueles que as leem e as entendem, mas é um modo, também, de promover a visibilidade e expressividade de modo igualitário e democrático para todos aqueles que desejam ser ouvidos.
A exposição acrescenta muito, portanto, em todos os sentidos para a compreensão do outro, através do compartilhamento de suas ideias, valores e sentimentos. Certamente, é uma experiência no mínimo interessante, que promove a descoberta do outro e que, desse modo, não pode ser deixada de lado.
Carolina Maria de Jesus
Nasceu em 1914 em Minas Gerais, aos 7 anos ingressou na escola, que frequentou por cerca de 2 anos. Rapidamente aprendeu a ler e escrever. Mudou-se para São Paulo onde trabalhou como empregada domestica e catadora de papel. Por volta de 1940, já publicava textos e poemas em jornais como ''a poetisa negra''. Em 1960, um dos seus diários foi publicado - ''Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada''. Morreu em 1977, aos 62 anos. Foi considerada uma das escritoras negras de maior destaque do Brasil.
Maria Firmina dos Reis
Mulher. Negra. Escritora. Abolicionista. Nasceu em 1822. Aos 5 anos ficou órfã e foi morar com uma tia, tendo acesso a Educação. Anos mais tarde, tornou-se a primeira mulher professora concursada no Maranhão, cargo que exerceu por muito tempo. Ao se aposentar em 1880, criou a primeira escola mista e gratuita do Estado. Sob o pseudomino de ''Uma maranhense'', escreveu Ursula (1859), primeiro romance publicado por uma mulher negra no Brasil. Obra que abriu as portas para a literatura afro-brasileira ao mostrar o negro escravista como protagonista na obra. Participou da composição do hino abolicionista. Morreu em 1917 no estado do Maranhão.
Ana dos Santos
Biografia: Poetisa e professora de Literatura Brasileira, Ana dos Santos é gaúcha de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, local onde se formou em Letras, pela UFRGS, e realiza mestrado em Literatura Brasileira, pela mesma universidade. Participa do sarau negro Sopapo Poético, onde também é contadora de histórias no Sopapinho. Iniciou na poesia vendendo poemas na noite boêmia da Lapa e Santa Tereza – RJ, onde também fazia performances poéticas com o “Circo Beat” (2000). Colou poemas nas ruas de várias cidades brasileiras. Participou com outros poetas e fotógrafos brasileiros da obra “Brazil by night” - SP (2008). Tem publicações no Livro da Tribo (2011), Cadernos do Instituto de Letras – UFRGS (2003), duas antologias poéticas (Águia – Prosa e Verso/2009 e Sopapo Poético/2015) e ganhou o concurso Ministério da Poesia.
(Fonte: http://brenoafricanidades.blogspot.com/2016/02/entrevista-com-poetisa-gaucha-ana-dos.html; https://literaturars.com.br/2019/06/19/uma-poetica-dos-movimentos-naturais-com-ana-dos-santos/ ).
Delma Gonçalves
Biografia: Delma Gonçalves nascida no dia 06 de abril de 1951 no bairro Santana em Porto Alegre / RS. Poeta, compositora , escritora e produtora cultural. Graduada em Letras e Pós Graduação (Produção Textual).
Iníciou a caminhada na arte da escrita desde menina inspirada por seu pai Miguel Gonçalves que era poeta , compositor, músico-instrumentista e foi embalada desde seu nascimento pelos acordes do violão e violino de seu pai, este que foi seu primeiro parceiro musical.
Na adolescência década de 70 conheceu Bedeu o Precursor do Swingue e Samba Rock do Sul o músico se encantou com seus poemas pedindo para musicá-las, desde então nasceu a parceria musical entre eles e assim conseguiu gravar sua primeira música "Deixa a Tristeza" em São Paulo num compacto disco selo Copacabana pela Banda "Neno Exporta Som" em que Bedeu era o cantor. A partir dessa união rendeu muitas composições algumas que foram gravadas e muitas ainda guardadas em fitas cassetes.
Em 1990 seu parceiro falece e desde 2001 Delma resolve dar continuidade ao prójeto "Tributo ao Bedeu" a partir da gravação do DVD Tributo ao Bedeu da TVE, logo leva este projeto durante todos estes anos aos palcos e teatros de Porto Alegre como produtora cultural e convida muitos artistas e bandas a darem vida às canções de seu parceiro musical.
Varios artistas gaúchos já gravaram suas canções, principalmente as que fez em parceria com Bedeu. Mas a sua visibilidade como poeta se dá desde 1994, quando participa da coletânea poética "Mil Poetas Brasileiros" do livro de Toni Carré livro este que foi indicado ao Livro dos Recordes na época e nesta coletânea participou em 1994 e 1995. Em 2004 na abertura do carnaval do Complexo Cultural Porto Seco a compositora teve seu samba enredo em homenagem a cantora Elza Soares com o samba"Driblando a Vida no Planeta Fome - Elza Soares a Estrela Black que desceu do Morro e Subiu pra Fama" no bloco Ilê Mulher, onde 500 mulheres abriram os desfiles na avenida do Carnaval daquele ano com seu samba.
Em 2010 lança o livro Cinquenta Décadas de Samba no Bairro Santana sobre o Jubileu de Ouro da Escola de Samba Acadêmicos da Orgia e apresenta o conto "Perfil de uma Campeã" e também faz a letra do samba enredo deste ano numa parceria com Alexandre Rodrigues que faz a melodia . Neste mesmo ano participa da Coletânea Hoburaco (Dossiê verborágico) com sete poetas gaúchos oriundos da oficina de escrita criativa do prof.Diego Petrarca. Atualmente faz parte da Academia de Artes Ciências e Letras Castro Alves/RS (patrono Jorge Amado). Atua como 1° secretária da Associação dos Sambistas Compositores Gaúchos e participa dos Coletivos: Sarau Sopapo Poético (O ponto negro da poesia) onde tem poesias no livro Pretessência desse coletivo; participa do Nimba Coletivo ( A Única Negra) e Mulheres do Samba Sul. E produtora já produziu shows com artistas negras (os) no seu projeto "Cidadãos do Samba" e no ASCOMGA levando o Samba de cantoras e compositoras gaúchas (os) ao teatro Bruno Kiefer (CCMQ) e no projeto A Rua do Samba (Travessa dos Cataventos) (CCMQ) em dezembro de 2019. Em 2016 foi produtora executiva do CD duplo com 28 músicas que fez em parceria com Bedeu "Na Poesia e na Canção Elas Eles Cantam Bedeu e Delma" . Em 2018 participou da Coletânea "Negras Palavras Gaúchas 2" do organizador e editor Oscar Henrique Marques Cardoso. Em 2019 participou na Bienal Internacional do Livro RJ com sua crônica "Manhã Atribulada" no livro Negras Crônicas (Escurecendo os fatos) da ed Villardo e lançou seu livro "O Som das Letras" da ed: Cidadela na Feira do Livro de PoA. Durante a pandemia em junho participou do concurso da revista virtual "Entreverbo" e fui selecionada com o poema Felicidade... À Espreita.
Também neste ano de 2020 participou do XXII Concurso FECI /INTER de Crônicas Poesias e Histórias do Inter/2020 e ganha a Medalha de Ouro pela História: "Dia 17 de Dezembro de 2006". No final do ano suas poesias estarão na coletânea do livro "Kutanga" do escritor Roberto Leal.
(Fonte: Delma Gonçalves).
Fátima Regina Gomes Farias
Nasceu em Bagé e reside em Porto Alegre desde os anos oitenta.
É profissional de Gastronomia, poeta compositora educadora social.
Tem projetos literários na comunidade Bom Jesus onde reside há mais de vinte anos.
Fátima Farias como é conhecida lançou seu primeiro livro solo Mel e Dendê ( editora Libretos) em março de 2020 após participar de várias coletâneas, entre elas o Pretessência. (editora Libretos) do coletivo que atua desde 2012 Sopapo Poético o ponto Negro da poesia.
Fátima Farias tem projetos futuros que inclui obras inéditas e movimentos literários na Bom Jesus 470.
(Fonte: Fátima Regina Gomes Farias)
Lilian Rocha
Biografia: Lilian Rocha é natural de Porto Alegre, é Farmacêutica e Analista Clínica (UFRGS), Especialista em Homeopatia (ABH), Musicista (Liceu Palestrina) e Escritora. Autora dos livros A Vida Pulsa- Poesias e Reflexões (Alternativa), 2013, Negra Soul (Alternativa), 2016 e Menina de Tranças (Taverna), 2018. Coautora do livro Leli da Silva- Memórias: Importância da História Oral (Alternativa), 2018. Coorganizadora da Antologia Sopapo Poético- Pretessência (Libretos), 2016. Membro da Coordenação do Sarau Sopapo Poético- Ponto Negro da Poesia, Acadêmica da Academia de Letras do Brasil- Seccional RS (ALB-RS), Diretora de Organizações Sociais da ALB-RS, Conselheira da Associação Negra de Cultura (ANdC), Membro da Sociedade Partenon Literário e da Internacional Writers and Artist Association (IWA), Acadêmica da Academia União Cultural e Membro da Comissão da Verdade da Escravidão do Rio Grande do Sul (OAB-RS). Seus poemas são publicados em diversos sites, blogs, antologias, revistas e redes sociais.
(Fonte: Lilian Rocha).
Taiasmin Ohmacht
Biografia: Taiasmin Ohnmacht nasceu em Porto Alegre, em 1972. Psicóloga e psicanalista. Mestre em Psicanálise: clínica e cultura (UFRGS), atua na área clínica. Participou da organização do E-BOOK, Da Vida Que Resiste – Vivências de Psicólogas (os) Entre a Ditadura e a Democracia (CRP/RS, 2014). Em 2016, publicou o livro Ela Conta Ele Canta (Cidadela), em parceria com o poeta Carlos Alberto Soares. Foi relacionada no catálogo Intelectuais Negras Visíveis (Malê, 2017), lançado na FLIP. Em 2019, lançou a novela Visite o Decorado (Figura de Linguagem). Conta com um texto publicado na Antologia FakeFiction (dublinense, 2020)Tem participação em feiras literárias: 65a feira do livro de Porto Alegre no evento literatura e saúde mental: ler e escrever o bem/mal-estar no mundo e no evento Canela Lendo +, nas mesas A literatura é feminina e A literatura é negra, na Fundação Cultural de Canela e no I Encontro Nacional Virtual do Mulherio das Letras. Integra o coletivo Arte Negra, composto por escritoras e compositoras negras que buscam visibilizar a arte produzida por mulheres negras.
Publica textos no blog Tintura de Toth (taiasmin.blogspot.com).
(Fonte: Taiasmin Ohnmacht).