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Mulheres Pretas de POA
Histórias do passado, presente e futuro
Conheça Francielly e sua história
Meu nome é Francielly, tenho 26 anos, filha de mãe solo, e atualmente sou estudante de psicologia. Durante minha trajetória sempre fui atravessada pelas questões raciais, pois sempre tive sonhos que pareciam estar distantes da minha realidade enquanto mulher negra e favelada. Enfrentei muitos olhares preconceituosos por frequentar espaços ocupados por pessoas brancas, lugares esses onde eu sentia não pertencer. Muitas vezes me vendo encaixada no papel de ‘’negra única’’. Muitas pessoas não acreditavam que eu poderia prosseguir meus estudos, assim sendo muito subestimada, pois poucas pessoas me incentivaram. De certa forma, ainda sou subestimada por algumas. Não é fácil ser mulher e negra em uma sociedade onde a branquitude impera, mas sempre devemos lutar por nossos direitos, pois essa é uma luta diária. Através dos meus estudos sobre mulheres negras, isso me traz um olhar mais profundo a respeito do assunto e também me fazendo sentir representada. Acredito que em nossa sociedade, deve haver mais equidade do que igualdade, pois sabemos, de fato, que a igualdade que sempre ouvimos falar não é uma igualdade propriamente justa na realidade brasileira. Defendo as políticas públicas na educação porque elas auxiliam na inserção da população preta na educação. Atualmente, faço parte de um coletivo de mulheres negras chamado Gira Coletivo Negro, onde eu sou coordenadora de extensão e comunicação. O nosso intuito é levar os estudos para todos de forma acessível sobre a negritude, por meio de rodas de conversa, grupos de leitura e aulas online, assim compartilhando todo o conhecimento que adquirimos em nossas pesquisas. Assim, lutamos por uma psicologia antiracista, algo que no Brasil apresenta um grande déficit de aprendizado em relação ao tema no meio acadêmico. Dessa maneira, levamos a discussão a este meio principalmente, e também sendo uma forma de fortalecimento neste campo.
Escolhi a psicologia em prol da saúde negra usando como ferramenta obras de autores negros de diversas areas como antropologia, filosofia, história, entre outras. Alguns deles são: Djamila Ribeiro, Grada Kilomba, Ibrahim Frantz Fanon, Lélia Gonzalez e Oyeronke Oyewùmí. Autores que dialogam com a causa de forma séria através de suas obras.