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Mulheres Pretas de POA
Histórias do passado, presente e futuro
Conheça Michele e sua história
Natural de Porto Alegre/RS, filha de José Carlos Domingos e Suzana da Luz Domingos. Graduada em Serviço Social e Especialista em Saúde do Trabalhador pela UFRGS e Gestão de Pessoas: Carreiras e Liderança pela PUC. Ingressou no Serviço Público em 2011, via reserva de vaga para afro-brasileiros, por incentivo do seu pai que é servidor público aposentado.
A luta por direitos políticos e sociais permeia meu fazer profissional, pois minha prática como Assistente social têm como matéria de intervenção a questão social e a defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do autoritarismo.
No entanto, os conceitos de pertencimento étnico-racial e representatividade foram incorporados a minha atuação profissional tardiamente, a tomada de consciência negra, ocorreu em 2019, com minha participação na elaboração das “Oficinas para as Relações Étnico-raciais” na Prefeitura Municipal de Porto Alegre, promovida pela Coordenação de Desenvolvimento e Avaliação Funcional, essa ação contou com a colaboração de mulheres negras servidoras de outros órgãos envolvidos com a questão étnico-racial: (SMS, SMED, PGM, SMDSE), tal participação foi de fundamental importância para execução do projeto. As oficinas proporcionaram meu encontro com outras mulheres negras servidoras da PMPA e com a minha negritude essa experiência potente contribuiu para o meu processo de tomada de consciência negra e para o engajamento no combate à discriminação racial.
A partir dessa ação passei a atuar em projetos na Coordenação de Desenvolvimento e Avaliação Funcional, com foco na Diversidade, propondo e desenvolvendo ações formativas visando à sensibilização dos servidores (as) para as questões discriminação étnico-racial , de gênero, LGBTQIA+ e pessoa com deficiência.
Em vista disso, a representatividade em minha trajetória dá-se na predileção do debate de temas como racismo, machismo, ou lgbtfobia, respeitando o lugar de fala desses segmentos no âmbito da administração pública.
Adicionalmente, sou a única mulher negra, cotista numa área estratégica de Gestão de Pessoas, na SMAP, por esse fato, pude elaborar com a parceria de servidoras negras o fluxo de encaminhamentos e acolhimento de situações de discriminação institucional.
Além disso, realizo articulações com servidoras negras, que possuem expertise na temática étnico-racial, potencializando a luta da coletividade, ampliando dessa forma, ações de combate à discriminação no âmbito da administração pública.
Acredito que a luta antirracista nos espaços de trabalho possa ser ainda mais transformadora.