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Conheça Valquíria e sua história 

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Em julho comemoramos o mês da mulher negra, latino-americana e caribenha. Gostaria de celebrar cada mulher negra que veio antes de mim. Peço licença pra me apresentar.

Meu nome é Valquíria, mulher preta, dentista. Sou especialista em Saúde Pública e Endodontia. Atualmente curso Implantodontia.

Sou funcionária da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, atuo na Atenção Primária, no município de Porto Alegre.

Minha trajetória na Saúde Publica iniciou em 20211.

Em concluí o curso de extensão, Promotores em Saúde da População Negra. Dispositivo da Secretaria Municipal da Saúde de Porto Alegre. O curso visa combater o racismo institucional e a promoção da equidade em saúde. O curso também analisa, o racismo como um dos determinantes sociais de saúde, além de construir uma forma de olhar a complexidade dos processos de saúde - doença e a implantação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra. Além de tratar da cultura e beleza do povo negro.

 

Toda a minha trajetória profissional e pessoal tem um olhar racial.

Sou idealizadora do Projeto Sorria. Projeto que visa levar educação em saúde bucal as áreas mais vulneráveis da cidade.

No nosso pais, embora sejamos a maioria da população, nos encontramos nos estratos mais pobres. Essa desvantagem econômica contribui para as eniquidades em saúde bucal.

Como mulher negra, busco uma Odontologia mais inclusiva. Busco levar saúde, autonomia, autoestima para a população que atendo. O cidadão com autonomia vai entender e administrar melhor suas necessidades.

Ele vai entender que as doenças sistêmicas tem manifestações bucais. É preciso conhecer a realidade do território em que atuo, conhecer as doenças mais prevalentes na população negra e empoderar esses indivíduos. Através desses indicadores, propor alternativas para melhorar o acesso aos atendimentos dentários.

Reconhecer meu lugar de representatividade, em uma profissão que ainda não tem a cara de pessoas pretas.

A estrutura racista do pais é a responsável por essa realidade.

A odontologia também esta ligada a beleza, autoestima. E essa beleza esta atrelada ao bem estar emocional e econômico.

Muitos pacientes relatam que saem em desvantagem nos processos seletivos para emprego, pois não tem os dentes da frente.

Para muitos, o uso da mascara na pandemia, foi providencial.

Em relação à estética, assumir nosso black power é um ato político.

Crescemos ouvindo que nosso cabelo é feio, que não é arrumado.

Para além da estética, precisamos ter segurança alimentar e nutricional. Acesso à educação, à saúde, conhecer nossa cultura, ter liberdade religiosa.

Tudo isso constrói com políticas publicas e com participação ativa do controle social.

Parafraseando Sueli Carneiro, em legitima defesa, continuarei me posicionando, lutando por uma sociedade mais justa, antirracista e sendo feliz.

Valquíria, 42 anos, odontóloga
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